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O futuro do comércio livre de África

LUSAKA –Quando os líderes africanos lançaram a gigantesca Zona de Comércio Livre Continental (ZCLC), no dia 21 de março de 2018, numa cimeira em Kigali, Ruanda, a sua principal prioridade deveria ter sido evitar iniciar algo que fosse falso ou redundante. A ZCLC –um dos 12 programas emblemáticos no âmbito do quadro da Agenda 2063 da União Africana (UA) –poderá duplicar o comércio intra-africano e trazer enormes benefícios para o continente. Mas muito dependerá da versão final do acordo.

Um sinal positivo é que a ZCLC incluirá o comércio de serviços, que já contribui, em média, com mais de 50% do PIB dos países africanos. Um volume significativo de pesquisas sugere que os serviços irão fornecer novos caminhos de desenvolvimento social e económico para a África. No seu recente livro The Unexplored Potential of Trade in Services in Africa, Nora Dihel e Arti Grover Goswani do Banco Mundial organizaram os dados para mostrar que os serviços têm o potencial de proporcionar o tão necessário emprego e rendimento ao cidadão comum em todo o continente.

Setores de serviços como comunicações, transportes, banca, seguros, energia, educação e saúde são fatores impulsionadores do desenvolvimento, enquanto o turismo e a construção têm atualmente um elevado potencial de crescimento. Além disso, para muitos jovens profissionais, os serviços são a única forma de ganhar a vida. E com o aparecimento das universidades empresariais –onde o trabalho de curso e as dissertações produzem proposições empresariais e não apenas canudosos mercados de serviços dinâmicos tornar-se-ão mais necessários do que nunca.

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