neto1_Cris FagaNurPhoto via Getty Images_trans rights brazil Cris Faga/NurPhoto via Getty Images

Contar a população queer

LONDRES – “Qual é a sua orientação sexual?” No Brasil, onde as pessoas queer têm sido historicamente ignoradas e excluídas das estatísticas oficiais, esta pergunta tem um significado especial para a comunidade LGBTQ+.

O Brasil deu recentemente um pequeno passo no sentido da mudança positiva, quando o instituto nacional de estatística, o IBGE, publicou o seu último Inquérito Nacional à Saúde, que pela primeira vez integrou perguntas sobre a orientação sexual. Segundo o inquérito, baseado em dados recolhidos em 2019, cerca de 2,9 milhões de brasileiros identificam-se como homossexuais ou bissexuais (o questionário de escolha múltipla limitava-se a quatro opções – heterossexual, homossexual, bissexual e “não sei” – omitindo dessa forma as identidades transgénero e não-binárias).

Apesar deste desenvolvimento encorajador, o IBGE ainda recusa incluir perguntas sobre orientação sexual e identidade de género nos censos nacionais do Brasil. Em Junho, um tribunal federal rejeitou uma tentativa do Gabinete do Ministério Público para forçar o instituto a considerar estas perguntas.

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