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O novo modelo de política colonial de Boris Johnson

ADDIS ABABA – A decisão do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, de fundir o Departamento de Desenvolvimento Internacional do Reino Unido (DfID) com o Ministério dos Negócios Estrangeiros e da Commonwealth é uma bofetada propositada na cara dos países em desenvolvimento. Pior, acontece exatamente quando os países africanos gritam por apoio internacional para combater a COVID-19 e as suas consequências económicas.

Johnson deixou claro que sua visão pós-Brexit de um Reino Unido com um “comportamento aventureiro e emocionante” deixa pouco espaço para compromissos com África ou com o mundo em desenvolvimento. A absorção do DfID nas entranhas do aparelho diplomático do país representa um retrocesso na mudança política histórica de 1997 do Reino Unido em relação a África: “Erradicar a pobreza mundial – um desafio para o século XXI”. Ao colocar a agência diretamente sob o controlo do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Johnson está a transmitir que o desenvolvimento internacional terá um papel secundário nas questões de política externa e segurança.

É uma decisão estranha, tendo em conta que uma África economicamente próspera, com a sua população jovem e crescente, é precisamente o tipo de parceiro comercial de que Johnson precisa para que a sua ideia de uma “Grã-Bretanha Global” não seja nada mais do que uma fantasia.  Em vez de reconhecer o potencial de África, ele parece achar que abandonar o continente é um meio de cortar custos e ficar-se apenas pelas palavras em relação à segurança nacional. Numa recente declaração, Johnson argumentou que:

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