NOVA YORK– Os Estados Unidos são duas culturas em uma nação. A primeira cultura trouxe a escravidão, o genocídio dos nativos americanos, as leis “Jim Crow” que intensificavam a supremacia branca e a intimidação, mentira e crueldade do ex-presidente Donald Trump, que culminou na insurreição de 6 de janeiro no Capitólio. A segunda cultura trouxe a emancipação, o movimento pelos direitos civis, o presidente Barack Obama e agora a eleição de Joe Biden. A cultura da supremacia branca – adotada por uma minoria cada vez menor nos EUA – sempre baseou seu poder na violência e na repressão aos eleitores. É por isso que a atual batalha pelos direitos de voto é uma batalha pelo futuro do país.
A batalha das duas culturas está ocorrendo agora em todo o país e em Washington. A vitória de Biden fez com que os supremacistas brancos tentassem coibir a participação dos eleitores. O Partido Republicano sabe que não pode obter o poder nacional em uma votação justa. Assim, as legislaturas estaduais controladas pelos republicanos estão decretando novas restrições à participação dos eleitores visando aos não-brancos. Em Washington, por outro lado, a cultura inclusiva está promovendo no Congresso as mais importantes reformas do direito ao voto desde os anos 1960, com o objetivo de garantir o acesso às urnas para todos os americanos.
A supressão do eleitor é um instrumento de longa data da supremacia branca na América. A história foi contada de maneira mais vívida por W.E.B. Du Bois em seu livro Black Reconstruction in America (A Reconstrução Negra da América) publicado em 1935. Du Bois descreve em termos angustiantes e abrangentes como os afro-americanos lutaram heroicamente por sua liberdade na Guerra Civil dos Estados Unidos (1861-65) e – por meio da educação e do trabalho árduo – para a emancipação plena como cidadãos nos anos da Reconstrução (1865-77). No entanto, essa emancipação foi cruelmente interrompida pela violência e terrorismo dos brancos do sul, junto com a indiferença ou racismo de muitos brancos do norte. No cerne do regime sulista de Jim Crow após a Reconstrução estava a supressão do voto afro-americano, em flagrante violação da Constituição.
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A batalha das duas culturas está ocorrendo agora em todo o país e em Washington. A vitória de Biden fez com que os supremacistas brancos tentassem coibir a participação dos eleitores. O Partido Republicano sabe que não pode obter o poder nacional em uma votação justa. Assim, as legislaturas estaduais controladas pelos republicanos estão decretando novas restrições à participação dos eleitores visando aos não-brancos. Em Washington, por outro lado, a cultura inclusiva está promovendo no Congresso as mais importantes reformas do direito ao voto desde os anos 1960, com o objetivo de garantir o acesso às urnas para todos os americanos.
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