richmond1_ISSOUF SANOGOAFP via Getty Images_fakemedicineafricahealth Issouf Sanogo/AFP via Getty Images

As verdadeiras consequências dos medicamentos falsos

LONDRES – O governo do Níger está a dar o alarme sobre vacinas falsas contra a meningite – e não é a primeira vez. Há cinco anos, centenas de nigerinos morreramdepois de terem recebido vacinas falsas. O problema, evidentemente, não são as vacinas. É a distribuição generalizada de produtos médicos falsificados e de fraca qualidade. E é um problema que afecta África de forma desproporcional.

Estima-se que o mercado global para medicamentos de fraca qualidade (que não cumprem as especificações de qualidade) ou falsificados (com a composição, identidade ou origem deliberadamente deturpados) valha até 200 mil milhões de dólares, ou 10 a 15% do mercado farmacêutico total. Mas poderá ser muito maior: segundo a Organização Mundial de Saúde, que depende em larga medida das notificações voluntárias dos profissionais de saúde, poderemos conhecer “apenas uma pequena fracção” de todos os casos.

O que sabemos é que este problema é especialmente grave em África. Entre 2013 e 2017, 42% dos medicamentos de fraca qualidade e falsificados encontrados foram-no neste continente. Isto prejudica as duramente conseguidas evoluções na saúde de África, designadamente por corroer a confiança nos sistemas de saúde emergentes.

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