akileswaran1_SiaKAMBOUAFPGettyImages_childrenassemblingrobot Sia Kambou/AFP/Getty Images

Como África se pode adaptar à revolução digital

LONDRES – A Quarta Revolução Industrial está a reconfigurar o mundo laboral. Enquanto os decisores políticos do Ocidente se esforçam por dar resposta, a tarefa enfrentada pelos governos africanos parece ainda mais intimidante. Para navegarem pelos desafios e oportunidades da era digital, os decisores políticos do continente têm de acolher a adaptação e a experimentação.

A maioria dos países desenvolvidos actuais, bem como os que transformaram as suas economias na segunda metade do século XX, depende da indústria orientada para as exportações para aumentar a produtividade e criar um grande número de empregos. Mas os robôs, a Internet das Coisas e a impressão 3D podem alterar tanto a indústria nos próximos anos, que os países africanos que pretendam percorrer o mesmo caminho não terão o mesmo retorno, especialmente em termos da criação de empregos.

Porém, como defendemos num relatório recente, estas e outras tecnologias também oferecerão aos governos africanos novos modos de resolver desafios sociais e de impulsionar o crescimento económico. Por exemplo, a utilização de sensores, da Big Data e da aprendizagem automática pode aumentar grandemente a produtividade agrícola do continente. A aplicação da inteligência artificial a plataformas personalizadas de aprendizagem pode transformar o ensino básico em muitos países africanos, onde os resultados permanecem medíocres apesar do aumento da frequência escolar. E a tecnologia blockchain poderia facilitar transacções que requeiram níveis elevados de confiança, como as aquisições de terrenos.

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